O abuso psicológico pode causar
tantos danos nas crianças quanto os físicos, sugere um estudo publicado na
revista “Pediatrics”.
O abuso psicológico inclui atos
depreciativos, aterrorizadores, de exploração, de falta de resposta emocional,
ou de corrupção de uma criança até ao ponto de a colocar em risco, explicou uma
das autoras do estudo, Harriet MacMillan da Michael McMaster University School
of Medicine G. DeGroote e do Offord Centre for Child Studies, no Canadá.
"Estamos a falar de extremos e da
probabilidade de dano, ou risco de dano, decorrente dos comportamentos que
fazem a criança sentir-se inútil, desprezada ou indesejada", revelou a
investigadora.
Um pai levantar a voz em tom estridente,
depois de pedir a uma criança pela oitava vez para calçar as suas sapatilhas,
não é abuso psicológico. “Contudo, gritar com uma criança todos os dias e
passar a mensagem de que esta é uma pessoa terrível, e que o pai lamenta tê-la
trazido a este mundo, é um exemplo de uma forma de interação muito prejudicial”,
acrescenta Harriet MacMillan.
O abuso psicológico foi descrito há mais de 25
anos, mas não tem sido reconhecido e relatado convenientemente, podendo os seus
efeitos "ser tão prejudiciais quanto outros tipos de maus-tratos.".
O estudo refere que como os maus tratos
psicológicos interferem com o desenvolvimento da criança, estes têm estado
associados a distúrbios de afetividade, problemas de desenvolvimento, de
educação e de socialização, bem como a comportamentos disruptivos.
A investigadora dá conta que “os efeitos dos
maus tratos psicológicos durante os primeiros três anos de vida podem ser
particularmente profundos”.
Desta forma, os pediatras necessitam de estar
atentos para a possibilidade de ocorrência de abuso psicológico. A colaboração
entre pediatras, psiquiatras, psicologos e profissionais dos serviços de
proteção infantil é essencial para ajudar as crianças que se encontram sob
risco.
Fonte:ALERT
Life Sciences Computing, S.A.