Durante o Outono e o Inverno, os dias vão
ficando gradualmente mais curtos. Com menos horas de exposição solar, muitos
são os que começam a sentir melancolia e tristeza. Mas este estado de espírito
pode ser, para alguns, verdadeiramente incapacitante. Trata-se de uma
perturbação descrita em psiquiatria como “depressão afectiva sazonal”.
Não é nada anormal o comum dos mortais ter
mais dificuldade em sair da cama quando toca o despertador nas manhãs frias de
Inverno. Também não é invulgar sentir nostalgia quando acaba o Verão, com o fim
das idas à praia, das férias laborais, do café tomado na esplanada a saborear a
aragem. Esta nostalgia é normal e marca a passagem para uma nova estação do ano
em que o recolhimento, dentro de casa e dentro de si, impera.
O que pode não ser normal são sintomas
depressivos que se prologam no tempo e que se manifestam, sobretudo, nesta
altura.
A depressão afectiva sazonal (Seasonal
Affective Disorder – SAD) foi reconhecida como uma perturbação psicológica, em
1987, pela Associação Psiquiátrica Americana, e tem como sintomas principais
cansaço, letargia, ansiedade e perturbações do sono (insónia ou sono
prolongado).
Vários estudos já verificaram que, durante
os meses de Inverno, os níveis de serotonina (um neurotransmissor responsável
pelo humor) baixam, dado que este neurotransmissor é activado pela exposição do
organismo à luz solar.
É verdade que, para a maioria de nós, a
chegada do Outono é sinónimo de melancolia e introspecção, mas este estado de
espírito pode ser bem direccionado, aproveitando-o para desenvolver projectos
pessoais que não cabem na azáfama dos fins-de-semana de Verão. Dizem os
especialistas (e o bom senso) que quem sofre desta nostalgia deve fazer uma
alimentação equilibrada, ter um sono reparador, evitar o consumo de álcool e de
tabaco, manter o convívio social, praticar exercício físico (que promove a
libertação de endorfinas) e, acima de tudo, aproveitar a luz do sol para andar
ao ar livre.
Fonte: Paula Pedro Martins in Alert