População laboral: um quinto sofre de doenças mentais

Um estudo conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revelou que um quinto da população laboral sofre de doença mental, dá conta uma notícia veiculada pela agência Lusa.

Segundo o relatório divulgado pela organização, ao qual a agência Lusa teve acesso, metade daquela camada populacional irá ser afetada pela doença mental em alguma altura da sua vida, o que envolve elevados custos económicos. O estudo teve por base casos de nove países-membros, bem como outras análises efetuadas desde 2012.

A diferença na taxa de atividade entre as pessoas que sofrem de doença mental e aquelas que não apresentam problemas dessa natureza varia entre 10 a 15%, nos casos ligeiros, e entre 25 a 30%, nos casos mais graves.

Os indivíduos que exercem uma atividade laboral e sofrem de doença mental leve a moderada estão sujeitos a um risco duplo de desemprego em relação a indivíduos saudáveis, em países desenvolvidos. Para quem sofre de doença mental grave, a taxa de desemprego é quatro a cinco vezes superior àqueles que não sofrem de doença mental.

Considerando o exposto, a OCDE propõe que a saúde mental seja assumida como uma prioridade no mundo do trabalho, nos sistemas de saúde e nas políticas sociais, tendo em conta o desemprego e as incapacidades. 

A organização chama ainda a atenção para o facto de muitas vezes só se começar a atuar quando o doente se encontra afastado há um longo período de tempo do mercado do trabalho, sendo importante que haja intervenção desde que o problema mental começa a afetar negativamente a educação e transição para o mundo do trabalho. 

Os professores, empresários, supervisores ou funcionários dos serviços laborais podem identificar problemas com mais facilidade e recorrer a profissionais quando necessário, adverte a OCDE. "Qualquer ação em escolas ou no lugar de trabalho terá um impacto maior e mais duradouro do que esperar até que as pessoas tenham abandonado o sistema educativo ou o mercado de trabalho", acrescenta. 

Ainda segundo a organização "os serviços integrados oferecem resultados significativamente melhores e mais rápidos", sendo que os especialistas em saúde mental devem estar envolvidos nestes serviços. Além disso, urge também adotar uma política coordenada nas áreas do trabalho, educação e saúde.

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.