Percentagem significativa de adolescentes portugueses em risco de depressão

Uma percentagem significativa de adolescentes portugueses apresenta sintomas depressivos (8%) ou está em risco de desenvolver depressão (19%), sendo a tendência para depressão maior nas raparigas, revela um estudo internacional realizado por investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (UC). 

De acordo com a notícia divulgada no sítio da internet da UC, esta investigação visou traçar o perfil de risco psicológico e genético para a depressão na adolescência, assim como testar a eficácia de um Programa de Prevenção da Depressão para Adolescentes.

Características temperamentais de emocionalidade negativa (tristeza, timidez, agressão, medo, etc.), estratégias de regulação emocional menos eficazes, maior número de acontecimentos de vida negativos na escola, com os amigos e com a família, bem como experiências de abuso e negligência e fraco desempenho escolar são fatores que deixam os adolescentes mais vulneráveis à depressão, conclui a investigação que envolveu uma amostra comunitária de 3.300 adolescentes que frequentavam o 8º e o 9º ano de escolaridade e tinham uma idade média de 14 anos.

Um conjunto de aspetos permite diferenciar três grupos de adolescentes: resilientes, em risco e depressivos. Entre as variáveis que mais se associam a depressão, estão as experiências de maus-tratos a nível afetivo, problemas na escola, uma tendência para se autocriticar quando acontecimentos negativos acontecem e experienciar sintomas de ansiedade. Entre os fatores que caracterizam a resiliência, estão os sentimentos subjetivos de bem-estar e capacidade de planear o que fazer para lidar com situações negativas.


Sobre o impacto do estudo, iniciado em 2008 e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) desde 2012, Ana Paula Matos, investigadora responsável do projecto, está convicta que “os resultados obtidos irão ter um impacto de grande relevo nos conhecimentos sobre a depressão nos jovens e a forma de a prevenir e tratar. A depressão é uma das doenças mais prevalentes nas crianças e adolescentes, comprometendo o funcionamento emocional, académico e relacional”.

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.